Em meio a tantas denúncias de corrupção com que a imprensa vê-se obrigada a bombardear a opinião pública, diariamente, evidenciando uma impressionante rarefação dos conceitos éticos e morais, que deveriam marcar as práticas político-administrativas, sobretudo no trato dos dinheiros públicos, de quando em quando, como que um milagre acontece.
Demorou, mas o Tribunal de Contas de Rondônia resolveu colocar o dedo no tumor maligno em que se transformou o pagamento de hora máquina por parte da prefeitura de Porto Velho.
Na sessão plenária de terça-feira (2), a vereadora Ellis Regina (PC do B) foi à tribuna da Câmara Municipal e acusou o secretário Municipal de Serviços Básicos (SEMUBS), Jair Ramires, de desviar um trator contratado pela prefeitura para realizar serviço numa propriedade particular. Jair, é claro, disse que tudo não passava de intriga da oposição para tentar prejudicá-lo.
A população portovelhense parece já ficar na expectativa de que, a cada semana, um novo escândalo acontecerá envolvendo membros da administração petista. Agora, é o próprio Sobrinho e seu fiel escudeiro, o secretário de Administração, Joelcimar Sampaio, que estão emparedados. Ambos são acusados de se terem hospedado num luxuoso hotel de propriedade do Grupo Marquise, a empresa que ganhou o cobiçado contrato para coleta de lixo da capital.
A sociedade não pode continuar deitada em berço esplêndido, diante de tantas bandalheiras, como se nada estivesse acontecendo. Acorda Porto Velho! É preciso sair às ruas para protestar, gritar e cobrar providências das instituições e dos órgãos responsáveis pela correta aplicação dos dinheiros dos contribuintes. Já não é mais possível conviver com a corrupção mais deslavada, nem tolerável assistir comodamente ao festival de aberrações que debilita as combalidas estruturas do serviço público. Alguma coisa de podre está acontecendo no “Reino de Avilã”. Só não enxerga quem não quer.
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