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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ARTIGO - Vigilância Sanitária devia interditar Porto Velho - Professor Nazareno*

Vigilância Sanitária devia interditar Porto Velho - Professor Nazareno*
           
Agentes da Vigilância Sanitária Municipal de Porto Velho interditaram no início da semana o supermercado atacadista Makro, na BR – 364, por tempo indeterminado, sob a alegação de terem encontrado sujeiras, toneladas de produtos alimentícios com o prazo de validade vencido e principalmente muitos ratos dentro daquele estabelecimento comercial. Há denúncias de que, mesmo depois de os responsáveis serem avisados, “havia uma verdadeira praga de roedores” infestando as dependências do lugar, fato ainda verificado após terem sido feitas várias desratizações. Até aí, tudo bem. Nada de anormal em se tratando de funcionários públicos zelosos com a sua função e a preocupação do Poder Público em cuidar da saúde preventiva da população. O problema é que estamos em Porto Velho, comprovada a capital mais suja e imunda do Brasil e que, diante de tanta porcaria, faz o episódio do Makro parecer micro. Se esta discussão não foi motivada pela “guerra da concorrência”, há muito que esclarecer uma vez que ninguém de bom senso coloca de propósito ratos dentro do próprio local de trabalho.

A ação da Vigilância Sanitária devia não causar mais nenhum espanto a nós moradores porto-velhenses, já que sujeira e todo tipo de “seboseira” sempre foram itens mais do que comuns em nossas vidas. Devíamos já estar acostumados com este oceano de podridão que sempre caracterizou a nossa cidade. Sem nenhuma arborização, embora situada em plena floresta Amazônica, com ridículos três por cento de água tratada e com menos do que isso de saneamento básico, a capital dos rondonienses é um paraíso de valas contaminadas enfeitando a paisagem, esgotos a céu aberto e principalmente bichos mortos deixados pelas fedorentas ruas exalando o seu odor característico. O site Rondoniaovivo tem publicado quase diariamente fotos e reportagens denunciando a total falta de zelo e limpeza de nós moradores da cidade. Dos bairros mais periféricos até os mais elitizados e próximos à área central, o que se vê é lixo esparramado pelo chão, restos de comida, carniça, e toda a sorte de podridão e sujeira. Emporcalhamos as ruas e cobramos empenho das autoridades. Devíamos era tomar vergonha na cara.

Já que é tão zelosa e competente, a Vigilância Sanitária deveria inquirir as autoridades do município para saber o porquê deste “lixaral” e também interditar a cidade toda. No inverno vivemos com a lama imunda a nos incomodar, no verão é a poeira misturada a fezes que inalamos diariamente. Grande parte da cidade é abastecida por água captada em poços imundos geralmente cavados ao lado de fossas sépticas. Hepatite por aqui é como gripe, quase todo mundo tem ou já teve. Até fossa já estourou em plena sala de cirurgia do Hospital João Paulo Segundo onde o mau cheiro de sangue pisado e de carne crua e insossa é muito comum. O nosso único Pronto-Socorro dispensa qualquer comentário em matéria de higiene e limpeza. O porto que dá nome à cidade é um barranco feio, sujo e cheio de lixo. Até o outrora e imponente rio Madeira tem boiando em suas águas todo tipo de cacarecos: de absorventes femininos usados até garrafas pet e fraldas descartáveis ainda repletas com o seu fétido conteúdo. Essa cidade é uma grande fossa a céu aberto e segundo o Instituto Trata Brasil, em limpeza e esgoto, estamos em último lugar dentre as capitais. Somos campeões em podridão. Vergonha!

Porto Velho além de não ter aterro sanitário, também não tem coleta seletiva de lixo. Nunca teve. A desculpa de que é uma cidade nova e que os incomodados devem se mudar não cola, já que há cidades bem mais recentes e que são exemplos de limpeza e de excelente planejamento urbano. Além do mais, várias pessoas já saíram daqui e nada foi resolvido. Os arraiais que são feitos para divertir o povão broco geralmente são montados em lugares ermos, sujos e sem ventilação nem higiene. A comida é servida em meio à catinga e sem nenhuma instalação decente. O único Shopping Center daqui tem uma madeireira no pátio e que quando vende a madeira “louro-bosta” exala um fedor horrível. Caminhar no Espaço Alternativo ou “Buchódromo” é ter a certeza de encontrar milhares de preservativos masculinos usados. Uma nojeira. Até a Unir fez greve por questões de limpeza e higiene no Campus. Por que essa tal de Vigilância Sanitária não vê tudo isso? Interditar um supermercado por causa de simples e inofensivos ratinhos é um exagero sem tamanho. Será que ela já foi até a Assembléia Legislativa do Estado ou mesmo até a Câmara Municipal? Sujeira é o que não falta nestes ambientes. Deve ser por isso que uma das comidas típicas desta região é o Mandi, uma espécie de pequeno bagre que se alimenta de fezes humanas e é uma iguaria muito apreciada. Aqui só falta chover dejetos humanos, mas antes disso acontecer, as autoridades deveriam colocar uma placa na entrada da cidade avisando do problema ou então erguer uma enorme estátua do Cascão ou do Sugismundo para combinar melhor com essa caótica situação de sujeira em que estamos todos atolados.
 
 
 
 
 
 
É Professor em Porto Velho

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