Roberto Sobrinho diz que só agora tomou conhecimento da “Lambança” promovida pela direção da EMDUR
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NÃO SABIA DE NADA - Ainda
sobre seu total desconhecimento de possíveis ações fraudulentas
promovidas por seus assessores diretos, Sobrinho fez questão de
esclarecer que só tomou pé da situação acerca de 30 dias através das
notícias divulgadas pela imprensa
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O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), convocou uma
entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 31, para prestar
esclarecimentos sobre as denúncias de má versação e desvio de recursos
públicos praticados na Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano
(EMDUR), dos quais o principal suspeito é o ex-presidente da autarquia,
Mário Sérgio e que foram amplamente divulgadas pela imprensa de todo o
Estado. Sobrinho foi acompanhado pelo Procurador Geral do Município,
Salatiel Lemos Valverde, e o novo presidente da Autarquia, Jailson
Viana.
Na
abertura da coletiva o prefeito fez um esclarecimento no qual se pôs na
condição de denunciante dos desvios praticados durante a gestão de
Mário Sérgio, e que, ao tomar conhecimento dos fatos, através dos meios
de comunicação, imediatamente exonerou toda a diretoria da EMDUR e
nomeou novos ocupantes aos cargos com a incumbência de estabelecer de
imediato uma tomada de contas para averiguar a veracidade das
informações divulgadas pela imprensa.
Segundo
o prefeito foram constatadas pelos membros da comissão de tomadas de
contas diversas irregularidades entre elas: O término do contrato com
empresa Kawau contratada
como prestadora de serviço na manutenção da iluminação pública de Porto
Velho; Emissão de cheques da EMDUR, para pagamento de fornecedores, que
não tinham fundos e acabaram na mão de terceiros; e principalmente
sobre ação do Ministério Público que resultou na apreensão de documentos
feita na sede da ENDUR na tarde da última quinta-feira, 30.
Questionado
sobre o fato de, enquanto gestor público, desconhecer a “farra”
praticada com recursos dos cofres do município, Sobrinho pediu auxílio
ao Procurador Municipal: “Logo que tomamos conhecimento dos fatos
através da imprensa, adotamos as medidas necessárias para garantir que
os culpados sejam responsabilizados pelos atos cometidos”, discorreu.
Salatiel
Valverde explanou que a ENDUR é uma autarquia com independência para
gerir seus recursos sem a interveniência da Prefeitura. Nesse ponto
Sobrinho foi questionado sobre a fraca fiscalização feita pela
prefeitura sobre os órgãos municipais e sem responder a pergunta
simplesmente desconversou.
“O
levantamento feito pela nova direção da ENDUR deixa claros índicos de
licitações fraudulentas, a existência de um conjunto de cheques emitidos
pela EMPRESA que não tinham fundos e que agora estão nas mãos de
terceiros. São provas de graves irregularidades administrativas e que
assim que tomei conhecimento, reuni toda a documentação de fiz uma
denúncia formal junto ao Ministério Público, ontem (30). Não vou admitir
crime de peculato durante a minha gestão”, disse o prefeito Roberto
Sobrinho.
Ainda
sobre seu total desconhecimento de possíveis ações fraudulentas
promovidas por seus assessores diretos, Sobrinho fez questão de
esclarecer que só tomou pé da situação acerca de 30 dias através das
notícias divulgadas pela imprensa e enfatizou que, logo após isso fez a
troca de toda a diretoria. E não soube dizer se antes desses fatos,
outros semelhantes haviam ocorrido.
HERMINIO COELHO DA SEU PARECER.
Para Hermínio Coelho, “rombo” na Prefeitura de Porto Velho é bem maior
O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Hermínio Coelho (PSD), acredita que o “rombo” na Prefeitura de Porto Velho é bem maior e que o fato envolvendo a Empresa de Desenvolvimento Urbano (Emdur) é apenas a ponta do iceberg. Em entrevista na tarde de hoje em Ji-Paraná, o parlamentar comparou a gestão do prefeito Roberto Sobrinho (PT) a um paciente com metástase, sem qualquer chance de cura no caso da corrupção generalizada em vários setores da prefeitura. “A coisa está ficando tão feia que bandido está dedurando bandido”, opinou Hermínio, um dos maiores críticos da administração do PT, comandada por Sobrinho. O deputado criticou a parcimônia do prefeito com a bandalheira dos “companheiros” e a sua aparente amnésia. “Daqui a pouco é capaz de dizer que não sabe quem é Kleber ou Mário Sérgio, que nunca ouviu falar de Marquise ou que nunca houve monopólio de transporte coletivo”, ironizou o presidente da Assembleia. Para ele, à medida em que a gestão de Roberto Sobrinho passe pela investigação, outros descalabros vão aparecer. “É uma lambança geral que toda a população de Porto Velho paga. Nunca antes neste país uma administração teve tanto dinheiro para fazer tão pouco”. “Com as investigações prosseguindo, o que tenho certeza será feito pelo Ministério Público, nós teremos um retrato real da podridão da administração Sobrinho que enfeita a sujeira com uma propaganda que vende Porto Velho como se fosse Curitiba”, rechaçou.
PAINEL POLITICO: ALAN ALEX
E agora?
A empresa S.J.B. Construtora Comércio e
Serviços prestou inúmeros serviços para a prefeitura de Porto Velho, sob
contrato com a Empresa de Desenvolvimento Urbano – EMDUR. Foram feitas
obras na Estrada da Penal, concluídas em sua totalidade; na rua Buenos
Aires, cujos serviços paralisaram por falta de pagamento e ainda na
Avenida Rio Madeira, sentido Parque Ecológico
(concluídas), campo do bairro Mariana, praça Dominó entre outros. A
empresa tem todos os relatórios de antes e depois, com fotos e
especificações de tudo que foi feito.
Suspenso
Mas a empresa precisa receber cerca de R4 1,7 milhão por diversos serviços de meio-fio e sarjetas, alguns deles que não
haviam sido licitados, mas por ordem direta de Mirian Saldaña, chefe de
gabinete do prefeito e pelo ex-presidente da EMDUR, Klebison Lavor,
foram executados. Ambos se responsabilizaram pelos pagamentos, afirmando que existia urgência em entregar as obras antes das eleições.
Trabalhando
A empresa atualmente está realizando serviços
de reforma na Câmara Municipal de Porto Velho. Os contratos foram
encaminhados ao Ministério Público a cerca de 10 dias e segundo o
presidente da Câmara, Eduardo Rodrigues, “a empresa S.J.B Construtora
Comércio e Serviços vem realizando um trabalho exemplar, sem nenhum tipo
de incidente registrado e dentro do prazo”. Rodrigues afirmou ainda que todas as certidões exigidas foram apresentadas pela empresa e os pagamentos só são feitos após o check-list da documentação, “queremos evitar qualquer tipo de problema por aqui”, afirmou o presidente.
Na Emdur
De acordo com informações de alguns servidores, quem começou a “queimar” a empresa S.J.B. que atua em Rondônia e outros estados no ramo da construção civil há 24 anos teria sido a diretora financeira Livânia, que supostamente vinha querendo emplacar seu marido, Laércio, lotado na Semob, como presidente da instituição. Outros disseram que não tem fundamento algum as acusações de ameaças por parte de empresários que prestam serviços à Emdur, “o que aconteceu foi que por
aqui as coisas sempre funcionaram assim, o povo manda fazer e depois se
vira para pagar. Se é errado a gente não sabe, mas não é novidade para
ninguém”, disse um funcionário da Emdur que por motivos óbvios prefere o anonimato.
De qualquer forma
O Ministério Público está de posse de todos os
contratos e vai periciar um por um. Caso sejam comprovadas
irregularidades, pretende responsabilizar a todos, sejam eles
empresários ou gestores.
Consolidando
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco) e o Centro de Atividades Extrajudiciais (Caex)
do Ministério Público de Rondônia vem se destacando por uma série de
ações bem sucedidas nos últimos tempos. A mais importante foram as
investigações que culminaram na Operação Termópilas, mas os promotores conseguiram ainda prender o empresário Mário Calixto, que estava
foragido a anos, conseguiram desenvolver ações investigatórias em
diversas frentes da administração pública e a última ação, a busca e
apreensão de documentos na Empresa de Desenvolvimento Urbano – EMDUR,
deverá render diversas outras frentes de investigação.
No comando
E o Procurador-geral de Justiça de Rondônia,
Héverton Alves de Aguiar passará a presidir a partir de outubro deste
ano, o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC). Ele
foi eleito para conduzir o órgão no último dia 23, durante reunião
ordinária do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério
Público dos Estados e da União (CNPG), realizada em Florianópolis (SC).
Com isso o MP de Rondônia passa a ser o centro das atenções em todo o
país.
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