CPI DA EMDUR – Empresa “FAZ TUDO” de Roberto Sobrinho é apta a trabalhar com iluminação pública
O fato é que o atual prefeito, Roberto Sobrinho (PT), é dono de uma empresa “faz tudo”,
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A Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI), aberta pela Câmara de
Vereadores de Porto Velho para investigar as denúncias de peculato e
prevaricação na Empresa de Desenvolvimento Urbano da Capital (EMDUR)
deve, durante seus trabalhos, buscar relações do envolvimento de gente
do primeiro escalão da administração municipal em outras supostas
falcatruas amplamente divulgadas pela imprensa rondoniense.
O fato é que o atual
prefeito, Roberto Sobrinho (PT), é dono de uma empresa “faz tudo”,
constituída em junho de 2010, e que tem a maioria das atividades
relacionadas a ações comuns a administração municipal, como, por
exemplo, serviços de iluminação pública. Isso mesmo, O prefeito abriu
uma empresa que também poderia trabalhar com iluminação pública.
Devem-se investigar as
empresas contratadas pelo poder público municipal, e checar se alguma
delas não contratou ou possui nos seus arquivos contábeis, notas fiscais
da VR Madeira. Seja como subcontratada, seja como consultoria.
FAZ TUDO
A empresa do “faz tudo” atua em diversas áreas e segmentos comerciais. Seja na locação de veículos e maquinários, quanto na extração de madeira.
Na época da denúncia, a
empresa do prefeito estava estabelecida na sua casa, no bairro jardim
das mangueiras. Para piorar, sem nenhuma placa de identificação na
porta, com vigilantes armados pagos pelo cidadão portovelhense. Depois
da denuncia, Sobrinho e seu filho mudaram a empresa da rua George Resk,
Jardim das Mangueiras, zona leste da capital, onde funcionava.
Tudo começou em Junho
de 2010. Na presença de um contador, o prefeito de Porto Velho
constituiu uma empresa voltada para 39 diferentes atividades econômicas.
A firma caseira está apta a extrair madeira em florestas nativas,
realizar transporte escolar, aluguel de palco para shows, construção de
edifícios, construção de estações de redes de distribuição de energia
elétrica e construção de redes de abastecimento de água e coleta de
esgotos. E não para por aí.
O empresário Roberto
Sobrinho também pode selecionar e agenciar mão de obra, pode vender
produtos destinados a iluminação, vender produtos de eletrodomésticos e
equipamentos de áudio e vídeo, além de atividades agropecuárias.
Engana-se quem pensa
que acabaram as aptidões e diversidade empresarial na empresa caseira de
Sobrinho. Porque no seu estabelecimento comercial, Sobrinho também se
propõe a executar pinturas de prédios, serviços de cartografia,
topografia e geodésia, transporte rodoviário de mudanças e passageiros,
além de locação de automóveis sem condutor.
No contrato social, o
prefeito Roberto possui a maioria das cotas, mas tem um sócio, seu filho
Vitor com 10% das ações, onde juntos “tocam” a empresa VR Madeira
Transportes Ltda. Uma empresa tipicamente familiar/residencial.
CAMINHÕES
A VR Madeira Transporte
comprou três caminhões zero quilometro da marca IVECO, modelo Eurocargo
260e25n, com caçamba agregada. Caminhões com valor acima dos duzentos e
vinte mil reais a unidade
Ainda em dezembro de
2010, pouco mais de 100 dias após ser declarada aberta pela junta
comercial do estado, a VR Madeira Transporte comprou três caminhões zero
quilometro da marca IVECO, modelo Eurocargo 260e25n, com caçamba
agregada. Caminhões com valor acima dos duzentos e vinte mil reais a
unidade, financiados pelo banco Bradesco. Os veículos placas NEB – 0898,
NEB – 0828 e NEB – 0788 também possuem no seu cadastro o endereço
residencial de Roberto Sobrinho.
Interessante que a
empresa que detém capital de apenas 50 mil reais, com menos de 60 dias
de instalada, conseguiu financiamento de cerca de 700 mil reais. Uma
situação atípica para pequenos empresários com empresas residenciais.
Como no contrato social
prevê a locação de veículos e os caminhões adquiridos enquadram-se no
perfil padrão da frota que constrói a Usina de Santo Antônio, pode ser
que Roberto Sobrinho detenha contrato com o consórcio construtor.
FILHOS EMPRESÁRIOS
Nesta empresa, o sócio
administrador é o seu filho Vitor Sobrinho. Para conseguir o suposto
contrato com as Usinas do Madeira ou empresas diretamente ligadas ao
empreendimento, o filho do prefeito pode ter se beneficiado do cargo
político de seu pai, tipificado como tráfico de influência.
Outro filho de Roberto
Sobrinho também partiu para o empreendedorismo. O jovem Bruno Sobrinho
possui pequena participação num restaurante em Porto Velho. O
primogênito do prefeito, enxergando uma oportunidade de negócio,
também conseguiu um financiamento bancário, fundando o Richard Gourmet,
restaurante na praça de alimentação do Porto Velho Shopping. Apesar das
altas taxas cobradas pela administração do condomínio do Shopping, a
empresa continua aberta e dando lucro.
Quem frequenta a praça
de alimentação do Shopping sabe que pouca gente entra no restaurante da
família Sobrinho. É público e notório. Um auditor fiscal poderia fazer
uma pericia encomendada pelo Ministério Público para apurar possível
“lavagem de dinheiro”.
Para tanto, basta
acompanhar as entradas de receita na boca do caixa da empresa durante um
mês e verificar se bate com o declarado em meses anteriores ao
condomínio da Ancar.
Outros parentes do
prefeito também são empresários de sucesso. Seu cunhado de pré-nome Iran
é administrador da empresa que presta serviço de transporte escolar
para o município.
EXECUTIVO
Ninguém tem dúvida que é
um caso atípico o acima relatado. Um prefeito no exercício do mandato
abre uma empresa na sua casa, com extensa lista de atividades
econômicas. Logo de cara, consegue um financiamento bancário que vem
“casado” com um suposto contrato de trabalho.
Aqui ninguém acusa
Roberto Sobrinho e seu filho Vitor de alguma ilegalidade. Apenas
chamamos a atenção para fatos atípicos e coincidentes na constituição de
uma empresa comercial que pode vender até iluminação pública.
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